Doenças mais comuns
Tripanoplasmose
Agente etiológico: Trypanoplasma sp.
Fisiopatologia: Estes protozoários parasitam o peixe através da corrente sanguínea do animal e são transmitidos de um peixe a outro pelas picadas das sanguessugas. O sintoma da doença no peixe é semelhante ao da "doença do sono" no homem. Os peixes atacados apresentam um estado letárgico, isto é, ficam sem movimentos, enfraquecem, apresentam anemia e olhos fundos. Ficam em posição oblíqua, apoiando a cabeça no fundo do aquário. Morrem de inanição.
Tratamento: Esta doença geralmente é incurável.
A profilaxia consiste em se evitar sanguessugas no aquário (geralmente trazidas por plantas).
Trypanoplasma | Tripanoplasmose |
Lepidortose
Agente etiológico: Vibrio Angularis
Fisiopatologia:Ataca peixes tropicais. Causa perda de escamas por todo o corpo e mais no dorso, movimentos cada vez mais lentos, respiração acelerada e paralisação da cauda. O peixe fica na superfície, perdendo a noção de fuga e morre em mais de 80% dos casos, quando não há tratamento. Os peixes sadios são portadores. A transmissão é directa ou indirecta, pela água contaminada. Dura de 3 a 4 semanas.
Tratamento:
- Aureomicina 50 mg/litro de água em banhos por 4 dias.
- Cloromicetina 10 mg/litro de água.
Vibrio Angularis | Lepidortose |
Exoftalmia
Agente etiológico: Pode ter diferentes causas (ascite infecciosa, tuberculose , parasitas [Diplozoon , Gyrodactylus e Dactylogyrus] , factores químicos [aquário mal equilibrado] e deficiências alimentares.
Fisiopatologia: É produzida por acumulo de líquido no interior do olho ou cavidade ocular do peixe afectado. Este excesso de líquido produz edema do globo ocular com profusão do mesmo.
Tratamento: Não há tratamento específico.
- Banho de sal durante 36 horas
- Colírios: Argirol a 5% e Cloranfenicol 5%
- Baixar a temperatura da água diminui a pressão ocular.
- Cloranfenicol 250 mg/20 litros de água.
- Uso de condicionadores (Aquasafe) , trocas parciais de água e alimentação adequada ajudam a prevenir a exoftalmia.
Exoftalmia |
Girodactilose
Agente etiológico: Gyrodactylus sp.
Fisiopatologia: Verme cego de 0,5 a 0,8 mm de comprimento, que tem uma ventosa na boca e um gancho na cauda, pelo qual se fixa no peixe. Este vai ficando cada vez mais pálido, a pele produz mais mucosidade e com manchas ou pontos hemorrágicos também nas barbatanas. Mesmo quando as guelras não são afectadas, há respiração acelerada. O peixe fica triste, cansado, com os movimentos cada vez mais lentos, permanece na superfície e morre.
Tratamento:
- Formalina 40% 2 ml/10 L de água em banho de 30 min (o parasita morre em menos de 20 min) .
- Boa oxigenação durante o banho.
- Azul de metileno 5% 1 gota/litro de água.
- Sal comum 10 a 15 g / litro de água em banho de 20 min.
Gyrodactylus | Girodactilose |
Ictiofonose
Agente etiológico: Ichthyophonus Hofer
Fisiopatologia: Transmite-se por esporos, através de alimentos contaminados. Esse germe se desenvolve no estômago e intestinos, sendo eliminados pelas fezes. Alguns perfuram a parede do intestino e são levados pelo sangue para diversos órgãos como o coração e fígado, onde ficam sob a forma de pequenos nódulos pardos ou pretos. Quando eles se rompem, os órgãos são atacados e o peixe morre. Ela só aparece quando o parasita é levado por alimentos, materiais ou peixes contaminados, mas as más condições da água facilitam sua difusão. Os peixes a transmitem uns aos outros através de feridas e abcessos ou pela ingestão de peixes mortos por ela.
No estômago, o quisto se rompe, soltando as larvas infestantes.
Os primeiros sintomas são difíceis de serem identificados pois são muito variados. Podem ocorrer perda de apetite, entorpecimento, exoftalmia e barbatanas dobradas. O peixe fica escondido a maior parte do tempo. Apresenta instabilidade para nadar e movimentos estranhos. Fica no fundo, com a barriga inchada.Pele e escamas ficam como que vidradas. O peixe vira sobre o seu eixo e fica balançando. Formam-se às vezes, placas ou ulcerações na pele. Emagrecimento. Pele desbotada. As barbatanas perdem pedaços. Boca sempre aberta. O doente às vezes só morre após 6 meses.
Tratamento: O peixe deve ser sacrificado. Não há cura.
Ichthyophonus Hofer | Ichthyophonus Hofer | Ictiofonose |
Tricodiníase
Agente etiológico: Trichodina Domerguei
Fisiopatologia: Cilióforo (protozoário provido de cílios), muito comum nos aquários, que só ataca os peixes quando eles se encontram em precárias condições de saúde, portanto quando debilitados. Causa extrema irritação e coceira, produzindo hiperemia pelo acto de se coçar.
Tratamento:
- Banho de tripaflavina: 10 mg/litro de água/ 24 horas (com esta medicação, o parasita morre em 10 horas)
- Elevar a temperatura da água para 28ºC.
- Tratar as causas que levaram à debilidade (stress, deficiência na alimentação, água com parâmetros inadequados , etc)
Trichodina Domerguei | Trichodina |
Furunculose
Agente etiológico: Aeromonas Salmonicida
Fisiopatologia: Doença de carácter infeccioso. As úlceras aparecem nas zonas mais ricas em vasos capilares. O agente etiológico causador é uma bactéria gram-negativa, imóvel e não produtora de esporos que, inserindo-se no peixe destrói o tecido em redor do ponto de infecção. No início, surgem manchas vermelhas, dando a impressão de ferimentos, depois há o aparecimento de bolhas de pus e sangue. A seguir, essas bolhas se abrem, havendo formação de úlceras (o pus libertado pode contaminar os outros peixes). A sintomatologia apresenta também escaras do tipo ulceroso no corpo dos peixes, iniciando-se, geralmente, no pedúnculo caudal, podendo, no entanto, ter início em outras partes do corpo.
Tratamento: Terramicina 500 mg /50 L de água por 24 horas, repetindo-se o banho dentro de 5 dias,até controlar.
Aeromonas Salmonicida | Furunculose |
Podridão das Barbatanas
Agente etiológico: A colonização original geralmente é produzida por Pseudomonas Fluorescens e Aeromonas Liquefasciens, seguídas por Mycobacterium sp. e Myxobacterias do género Cytophaga Columnaris e outras. Os tecidos necróticos servirão de meio de cultura para fungos dos géneros Saprolegnia e Achyla que também favorecem a perda das mesmas.
Fisiopatologia: Quando a colonização destrói a barbatanas e se localiza no pedúnculo caudal , a doença se torna muito difícil de regredir ocorrendo invasão da corrente sanguínea e septicemia.
Tratamento:
- Oxitetraciclina (Terramicina) 500 mg/ 50 litros de água, renovando-se 1/3 da água a cada 24 horas durante cinco dias.
- Pincelar as barbatanas com Iodo-Povidine ou com pomada de Neomicina
- Aumentar a temperatura do aquário para 30ºC
Podridão das barbatanas |
Argulose (Piolho de Peixe)
Agente etiológico: Argulus sp.
Fisiopatologia:
- Efeitos nas brânquias: lesões com perda da arquitectura branquial e redução da sua função devido a actividade alimentar do parasita. Pode ocorrer ainda oclusão temporária, ou permanente da circulação pela fixação do parasita. O tecido branquial pode ainda sofrer necrose e desintegração local, ou difusa.
- Efeito na pele: Fixam-se apenas sobre a pele e causam destruição de escamas e células mais superficiais. No local de fixação surge uma lesão que permanece mesmo depois o desprendimento do parasita. Há irritação local e inflamação. Em infestações mais intensas onde as lesões são mais graves pode ainda ocorrer problemas de osmorregulação provocados pela perfuração do tegumento. Infecções bacterianas secundárias são algumas das complicações deste tipo de parasitismo.
- Efeitos gerais: Frequentemente há uma perda de peso do hospedeiro. Peixes infestados por ectoparasitas sofrem de constante irritação na superfície do corpo e são obrigados a conviver com esta situação estressante. É possível observar mudanças no comportamento de peixes parasitados, pois estes freqüentemente tentam se livrar destes parasitas ao realizar fricção contra objetos duros, pedras, etc...
Tratamento:
- Remoção manual com pinça cirúrgica
- Medicamentos na ração: Vitosan
- Produtos terapêuticos para banhos de imersão: Anchor away/PondRx. Diflubenzuron / Trichlorfon / Malathion
- Banhos rápidos de imersão com Cloreto de sódio 5% durante 60 segundos.
Repetir este banho duas a três vezes.Pode-se também adicionar formalina 10%.
Argulus sp. | Piolho de Peixe |
Lerneose (Verme Âncora)
Agente etiológico: Lernaea sp.
Fisiopatologia:
- Efeitos nas brânquias: Lesões com perda da arquitetura branquial e redução da sua função devido a atividade alimentar do parasita. Pode ocorrer ainda oclusão temporária, ou permanente da circulação pela fixação do parasita. O tecido branquial pode ainda sofrer necrose e desintegração local, ou difusa.
- Efeito na pele: Fixam-se apenas sobre a pele e causam destruição de escamas e células mais superficiais. No local de fixação surge uma lesão que permanece mesmo depois do desprendimento do parasita. Há irritação local e inflamação. Em infestações mais intensas onde as lesões são mais graves pode ainda ocorrer problemas de osmorregulação provocados pela perfuração do tegumento. Infecções bacterianas secundárias são algumas das complicações deste tipo de parasitismo.
- Efeitos gerais: Freqüentemente há uma perda de peso do hospedeiro. Peixes infestados por ectoparasitas sofrem de constante irritação na superfície do corpo e são obrigados a conviver com esta situação estressante. É possível observar mudanças no comportamento de peixes parasitados, pois estes freqüentemente tentam se livrar destes parasitas ao realizar fricção contra objetos duros, pedras, etc...
Tratamento:
- Remoção manual com pinça cirúrgica. No caso da lernea as lesões são mais profundas sendo necessário um banho com solução de Permanganato de Potássio e posterior remoção dos parasitas fixados. Outra alternativa é instilar um solução hipertônica com Cloreto de Sódio(Rinosoro Hipertônico 3%) sobre o parasita. Isto facilita a sua remoção com a pinça. . A remoção manual não significa que não há necessidade de tratamento com medicamentos. Esta serve apenas para interromper os danos diretos que o parasita ocasiona ao peixe enquanto o tratamento está em execução.
- Medicamentos na ração: Vitosan
- Produtos para banhos de imersão: Anchor away/PondRx, Diflubenzuron / Trichlorfon / Malathion
- Banhos rápidos de imersão com Cloreto de sódio 5% durante 60 segundos.
Repetir este banho duas a três vezes.Pode-se também adicionar formalina 10%.
Verme Âncora |
Pleistosphora (Doença dos neons) (artigo sobre a Pleistosphora)
Agente etiológico: Pleistosphora hyphessobryconis
Fisiopatologia:
- Efeitos nos tecidos musculares: os parasitas intracelulares são encontrados em cistos nos músculos esqueléticos dos peixes, onde provocam atrofia muscular e lesões nodosas compostas por concentrações de parasitas e/ou de globulos brancos do hospedeiro após a fagocitose dos parasitas, estas lesões são passíveis de serem vistas sob a pele, quer sob a forma de manchas opacas nas partes transparentes do corpo, ou em casos avançados altos ou nódulos;
- Devido á necrose dos tecidos, estes tornam-se pálidos ou brancos, notando-se a perda de cor, degeneração das barbatanas e emaciação particularmente visível ao nivel do ventre que toma uma forma concava;
- Os peixes tornam-se inquietos, nadando sem parar mesmo durante a noite (um P. innesi são passa a noite geralmente no mesmo local do aquário, e de cabeça para baixo com o corpo num angulo pouco pronunciado em relação à horizontal), apresentam perda de equilibrio, e dificuldades na natação, natação errática;
- Em casos avançados, pode haver deformação da coluna vertebral, outros tecidos podem também ser afectados;
- Patologias associadas: Possibilidade de aparecimento de infecções secundárias oportunistas, como sejam a hidropsia, necrose das barbatanas, etc...
Tratamento:
- Não se conhece um tratamento adequado para esta patologia, sendo que os peixes mais susceptiveis morrem rápidamente, alguns outros mais resistentes morrem passados alguns dias, e uns poucos sobrevivem sem explicação conhecida, e sem mostrarem sinais de doença, muitas supostas curas com o auxilio de medicamentos devem-se a diagnósticos errados de patologias que apresentam alguns dos mesmos sinais desta doença;
- Isolamento dos aquários afectados, por um periódo minimo de 15 dias após os últimos sinais da doença;
- É aconselhavel a utilização de um desinfectante na água do aquário de isolamento para evitar doenças oportunistas;
- Dada a alta taxa de mortalidade e visivel desconforto causado pela doença, pode ainda ser aconselhavel a eutanásia dos espécimes afectados.
Pleistosphora |
Última edição: Nuno Ribeiro, 14 de Junho de 2010
Última edição por Ricardo A. Silva em Qui 10 Dez 2009, 20:41, editado 4 vez(es)